sexta-feira, 9 de maio de 2014

Desabafos sobre Os Maias




    Então hoje venho falar-vos um pouco sobre Os Maias. Li este livro por uma razão apenas: estudar para os exames. Quando comecei não tinha qualquer tipo de expectativas. Toda a gente dizia que é uma seca e blábláblá... mas decidi tentar e devo dizer que gostei muito mais do que estava à espera. Não vou fazer aqui nenhuma análise, nem resenha, nem nada desse género, até porque supostamente aprende-se isto na escola. Este post é apenas um desabafo, não é nada sério. 
    Esta é a história de uma família, os Maias (que inesperado). No século XIX, quando Afonso decide ir viver para uma casa chamada Ramalhete e é a partir daí que a história se começa a desenrolar. Nota-se também ao longo da narrativa a forte critica social feita por Eça de Queirós à sociedade portuguesa dessa altura.


    Primeiro, à que dizer que este livro é de facto uma seca, não no sentido da ação, pois essa é cheia de peripécias e reviravoltas. É no sentido da descrição. Parágrafos e mais parágrafos a descrever coisas que sinceramente não interessam a ninguém. Segundo, desde que a ação começa, fiquei a amar o livro. Foi quase como ler uma novela: sempre coisas a acontecer, coisas que sinceramente só mesmo em ficção, ou então só naquela sociedade, nem sei...

    A partir daqui vão haver muitos SPOILERS, mas honestamente não são spoilers nenhuns porque este livro é um clássico, por amor de Deus. A parte que me agarrou à história foi quando Afonso tem uma espécie de flashback, em que relembra os tempos em que era mais novo, a altura em que se casou e teve um filho, o Pedro, que era um mariquinhas de primeira. Digo isto porque em pequeno não saía das saias da mãe e depois de ela falecer parece que ficou apático até conhecer Maria Monforte. Casa-se com ela contra a vontade do Pai, tem dois filhos e ela depois muito agradecida por tudo o que ele fez por ela, foge com um italiano para França e ainda leva a filha. Pedro, coitadinho, vê-se sozinho com um filho e volta para casa do pai com o bebé a pedir desculpas e é ai que se suicida. Tudo isto acontece nas primeiras páginas e eu a pensar 'bem isto vai ser interessante', mas não. O meio do livro é um pouco parado mas continua a ser interessante e é toda uma ação que leva ao desenlace final. Afonso (pai de Pedro) cria o neto Carlos após a morte do filho e tenta ainda encontrar a neta mas, segundo consta, a menina faleceu. Mas não faleceu nada, não senhor, isso é que era bom. Então não é que a menina acabou por ir dar a Lisboa e sem o saber apaixonou-se pelo irmão, Carlos, com o qual começou uma relação incestuosa! Ele no fim acaba por descobrir e em vez de parar (de ter nojo da situação) continua a ir 'dormir' a casa da irmã. Isto acaba por dar cabo de Afonso que, já com 80 anos, acaba por morrer de desgosto. Depois sim, Carlos manda a irmã para Paris e ele próprio deixa Portugal por dez anos.

    No geral gostei bastante da história. A minha personagem favorita foi, sem duvida, o Afonso da Maia. Era um homem rígido mas que adorava crianças e que apesar de todos os desgostos que teve, manteve sempre a sua serenidade. Era simplesmente fantástico e coitado, a família não se escolhe... Acho que é isto, peço desculpa pelo sarcasmo todo e se não o perceberam então voltem a ler ou assim...

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