sexta-feira, 25 de abril de 2014

Opinião: The testament of Mary | O testamento de Maria - Colm Tóibín


     Toda a humanidade viu os actos de Cristo como actos de amor e de grande sacrifício. Contudo, neste livro, temos a oportunidade de nos colocarmos na posição de Maria, mãe de Jesus, e ver toda a jornada de Cristo com outros olhos: Maria vê os actos do filho como exibicionistas. Actos estes que acabaram por levar à sua crucificação.
     Maria mostra-nos a sua visão, enquanto mãe, daquilo que o filho faz. Vemos as preocupações e as emoções do coração de uma mãe, que sempre está atenta à vida do filho e sempre o tenta proteger, ainda que distante. Uma história em que uma mãe reflecte sobre o que aconteceu ao filho e pergunta se valeu a pena.


     Maria não sabia que o sofrimento do filho era o seu sacrifício pela humanidade. Esta não sabia que Jesus era o filho de Deus. Maria era informada do que o filho fazia, das suas viagens e dos seguidores que tinha. No entanto, Maria percebia que esta situação era perigosa, pois causava controvérsia. Maria sabia que havia gente a vigiar-la a ela e também ao filho. Quando sabe que o filho foi condenado à morte por tudo isto, Maria tem de fugir dali. Esta tenta saber se há alguma coisa que pode ser feita para impedir a execução do filho.


     Anos depois, Maria evoca as memórias dos meses anteriores à crucificação de Cristo. Esta confronta-se com o que realmente aconteceu e com aquilo que ela queria que tivesse acontecido. Arrepende-se de decisões que tomou e coisas que fez. Pensa se tudo isto valeu a pena e se a humanidade ficou realmente salva com o sacrifício do filho. 
     Dado isto, este livro deixou-me a pensar neste tema: valeu a pena? Será que valeu a pena salvar a raça humana? Uma raça que degrada tanto o seu espaço. Um raça que destrói os seus valores e se deixa levar pela ganância, pelo dinheiro e pelo poder.


     Este foi um livro que tive de ler para a faculdade, para a cadeira de Inglês. Inicialmente, tive receio que fosse um livro com pouco interesse, mas após ter lido as primeiras páginas percebi que este livro ia ser tudo menos ‘sem interesse’. Este foi algo completamente diferente do que já li. É uma representação daquilo que são as mães, o que elas sentem e aquilo que elas têm a dizer. Acabei por gostar bastante do livro e recomendo-o a toda a gente, mas especialmente às mães, pois tenho quase a certeza que qualquer mãe iria gostar deste livro, pois ir-se-ia identificar com pensamentos de preocupação expressos por Maria e tentativas de proteger o seu filho.
     Este livro, escrito por Colm Tóibín, foi adaptado ao teatro pela Broadway e esteve em exibição em 2013. A peça é protagonizada por Fiona Shaw. 


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Top 5 Miguel



     Esta saga é a minha infância. Os filmes tiveram uma grande importância para mim quando era criança. Passei tardes infinitas a ver e rever os filmes (na altura, ainda apenas o primeiro e o segundo). Só mais tarde comecei a ler os livros, mas nunca é tarde demais para explorar esta história. :)


     Esta é uma trilogia que era para ser mais do que 3 livros, mas infelizmente, o autor Stieg Larsson faleceu quando escrevia o quarto livro da serie. Desta trilogia fazem parte Os homens que odeiam as mulheres, A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo e A rainha no palácio das correntes de ar. O que eu mais gosto nestes livros é a escrita do autor. Este descreve o dia a dia das personagens, mas faz do realismo algo empolgante. São histórias cheias de pormenores e muito interessantes pois podemos ainda adquirir conhecimentos de cultura geral. Só me falta ler o terceiro livro da trilogia Millennium para a poder concluir, mas os dois primeiros já são uns dos meus livros favoritos. 


     Apesar de não ter gostado do terceiro livro, a trilogia The Hunger Games faz parte do meu top 5. Gostei bastante da sociedade que a Suzanne Collins criou. Todo o regime ditatorial e a miséria em que vive o povo de Panem faz-me pensar se a raça humana poderá um dia voltar a viver as circunstâncias de épocas como a de Salazar... Pensamos sempre que o futuro é inovação mas será que é sempre assim? Para além do mais, tenho de admitir que os jogos me deixam super empolgado, apesar de saber que não são uma coisa bonita de se ver.


     Este livro faz parte do meu top 5 pois adoro a escrita do F. Scott Fitzgerald. É bastante detalhada e cheia de emoção. O escritor norte-americano descreve os sentimentos das personagens, na minha opinião, de uma forma fantástica. O grande Gatsby é uma das suas mais notáveis obras, pois relata a história de um homem que, apesar de ter só riquezas à sua volta, sente-se vazio por dentro, como se não tivesse nada... Pois o amor da sua vida não está com ele. Esta é, sem dúvida, uma obra para ler e reler vezes sem conta. 


     Em último, mas não é por isso que é menos importante, estão as poesias de um grande poeta português. Fernando Pessoa é, sem dúvida um poeta muitíssimo talentoso. Amei os seus poemas desde que os li pela primeira vez na escola. Identifico-me bastante com a sua personalidade e com o seu "eu"  interior (e também com os seu vário "eus").
     Dos seus poemas gosto de ler de tudo um pouco. Contudo, os meus heterónimos favoritos são Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Tenho alguns poemas predilectos, como A Tabacaria e O Poema em Linha Recta, de Álvaro de Campos, mas qualquer poema do universo de Pessoa é fantástico, para mim.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Top 5 Patrícia

1. Saga Harry Potter, de J. K. Rowling 
Esta é A saga e pronto, não há mais nada a dizer. Toda a gente cresceu com esta história e toda a gente a ama. Quem não leu, tem de ler e perceber a felicidade que é ler este livros maravilhosos. 'Ah mas Patrícia não tens a Ordem da Fénix!', pois não, é a vida. 

                         


2. Misery, Hora do Vampiro, Chamada da Morte.... de Stephen King
O livros de Stephen King que eu li até agora conseguem sempre surpreender-me. A escrita é excelente, as personagens e as suas formas de agir são muito realistas e as histórias desenvolvem-se de uma forma que faz sempre querer ler mais. São livros por vezes assustadores e, por vezes, tem de se parar de ler devido ao turbilhão de sentimentos provocados por certos acontecimentos.




3. Guerra dos Tronos da Saga As crónicas de gelo e fogo de George R. R. Martin
Desta saga ainda só li o primeiro livro e gostei bastante. Acompanho a série na televisão e tenciono continuar a ler os livros à medida que vou vendo. Do que li, achei muito mais detalhado do que a série (obviamente) e um pouco confuso porque são milhões de personagens e pontos de vista diferentes. 




4. Jogos da Fome - Em Chamas de Suzanne Collins
'Ah mas Patrícia porquê só o Em Chamas e não a triologia completa?'. Porque não gosto nem desgosto do primeiro livro, pois é a introdução a este mundo e o terceiro simplesmente não... foi horrível. Mas neste a autora acertou em cheio, é um livro repleto de ação e no qual somos introduzidos a personagens excelentes, como o Finnick e a Johanna. A história em si é também muito melhor que as outras e vamos ser honestos, ninguém gosta da Katniss. 




5. Saga Casa das Comarré (livro 1-3) de Kristen Painter
Desta saga li já os primeiros três livros. Há pelo menos mais dois, que ainda não foram traduzidos para português (como a minha mãe quer ler não posso comprar em inglês). Estou a gostar bastante desta saga, até agora, é uma leitura fácil que não requer muito esforço. A história passa-se no futuro, em 2060, se não me engano, apesar de não sentir o aspecto futurista da saga, pois os vampiros vivem afastados das tecnologias. Além dos vampiros existem mais duas raças de alternaturais, os fae e os varcolai, estes são todos filhos dos anjos caídos. A autora também tentou introduzir um triângulo amoroso no livro dois mas graças a deus o dissolveu no livro três. 


terça-feira, 15 de abril de 2014

Book Haul: Março

          O mês de Março passou muito rápido, mas mesmo assim tivemos tempo suficiente de comprar alguns livros para sobrelotar as nossas estantes. Participamos no passatempo da Editora Presença, “A Grande Aventura dos Livros Grátis”, em que a Patrícia conseguiu cinco livros e o Miguel três. Além disso somos compradores assíduos na cashconverters, onde encontramos grandes tesouros, a pequenos preços.

     Ambos ganhámos no concurso o primeiro e segundo livro da trilogia A Guerra das Bruxas, por Maite Carranza.
      Esta trilogia passa-se num mundo de bruxas e feiticeiros. Já a comparam a Harry Potter, por isso estamos mesmo muito curiosos para a ler, apesar de sabermos que dificilmente haverá uma saga tão mágica como HP.
     Carranza traz-nos a história de duas tribos de feitiçeiros, Omar e Odish, que vivem em conflito. No entanto, uma antiga profecia afirma que esta rivalidade poderá ter um fim e pouco a pouco, sinais que indicam que essa profecia é real começam a surgir. Anaíd, uma jovem de catorze anos, nem sonha que a sua mãe é a pessoa referida pela profecia.


- Miguel -


     O terceiro livro que encomendei da Editorial Presença foi A Última Estação,de Jay Parini.    

 Este romance recria o último ano da vida do grande escritor russo Leo Tolstói. Nunca li nada dele, mas vi o filme Anna Karnina e gostei muito e pretendo um dia destes experimentar algo do Tolstói. Foi precisamente isso que me chamou à atenção neste livro, pois parece ser um daqueles clássicos (se se puder considerar este livro um clássico) que retratam uma época histórica e a vida de uma pessoa tão conhecida... um clássico que fica na nossa memória para sempre.  

     O livro que comprei logo nos primeiros dias de Março foi The Fault in Our Stars, de John Green. Já ouvi falar muito deste livro, e agora que há o trailer do filme, ainda mais ouço falar dele.

     Este livro conta-nos a história de Hazel Grace, uma rapariga que sofre de cancro nos pulmões. Depois de a sua mãe a convencer a ir às sessões de um grupo de apoio a jovens com doenças terminais, Hazel conhece Augustus Waters, que sofre de Osteossarcoma. Hazel desperta a atenção de Gus, e estes começam a aproximar-se. Gradualmente, eles apaixonam-se e aprendem um com o outro que a vida é para ser vivida, para que possamos deixar a nossa marca e evitar o esquecimento.


     O segundo livro que comprei em Março foi The Testament of Mary, do Colm Tóibín.

     Este livro apresenta-nos uma prespectiva diferente do que é relatado na bíblia sobre os feitos de Jesus Cristo. A história é relatada por Maria, mãe de Jesus, e esta mostra-nos a sua visão, enquanto mãe, sobre aquilo que o filho faz. Vemos as preocupações e as emoções do coração de uma mãe, que sempre está atenta à vida do filho e sempre o tenta proteger, ainda que distante. Uma história em que uma mãe reflecte sobre o que aconteceu ao filho e se valeu a pena.

     Este é um livro que tenho de ler para a faculdade e que me parece bastante interessante. Algo completamente diferente do que já li. 

     Entretando, fui a loja Cash Converters, que vende produtos em segunda mão e muito mais baratos, e comprei alguns livros.

     Um desses livros foi O Código Da Vinci, de Dan Brown. Comprei-o numa edição que penso que já não haja à venda nas livrarias. É em hardcover e tem uma capa mesmo muito bonita com a Mona Lisa. Assim que o vi tive mesmo que o comprar! Gostei imenso desta edição,e visto que já à algumas semanas que andava a ponderar em comprar algo do Dan Brown para experimentar, era mesmo uma boa compra.

     Este livro relatra outra investigação da personagem Robert Langdon, que descobre uma série de pistas inscritas nas obras de Leonardo Da Vinci.



     Outro livro que comprei, e que não necessita que explique do que se trata, foi Harry Potter e a Ordem da Fénix, de J. K. Rowling. Na Cash encontro sempre estas capas de Harry Potter que agora já não há à venda, infelizmente. Eu adoro Harry Potter mas ainda não li os livros todos. Com este, só me fica a faltar os Talismãs da Morte na minha coleção de Harry Potter em português.

     Por fim, adquiri, na mesma loja, O Jogo Final, de Orson Scott Card. Vi o filme baseado neste livro e gostei bastante. Não conhecia o livro nem o autor antes do o ver, por isso resolvi comprar.

     Este é um livro de ficção-científica que mostra um sociedade futurista em que a terra foi atacada por uma espécie perigosa de extra-terrestres. De modo a evitar que isto se repita, as crianças são treinadas desde cedo para a guerra entre planetas. É neste contexto que conhecemos Ender Wiggin, um rapaz que é enviado para uma estação espacial, com o objectivo de se tornar um dos melhores comandantes na guerra com os ET’s.

- Patrícia -



     Um dos livros que consegui no concurso da Presença foi A Última Cartada, de Ben Mezrich. É um livro que conta uma história verídica sobre um grupo de estudantes do MIT com talento para matemática. Estes dedicam-se ao jogo de blackjack nos casinos de Las Vegas, através do método de contagem de cartas (que não é ilegal, mas proibido). Utilizam disfarces, comunicam entre si com gestos e durante o seu tempo de atividade conseguiram mais de 4 milhões de dólares. A personagem principal é Kevin Lewis, de quem ninguém suspeita que estaria relacionado com este tipo de esquemas, nos quais participa para conseguir continuar a estudar. Espero sinceramente que seja tão emocionante e cheio de adrenalina como o filme. 


     Outro dos livros que obtive no concurso. É o Império dos Dragões, de Valerio Massimo Manfredi. É um romance histórico e sinceramente deste livro ainda só percebi que se passa no ano 260 d.C. quando um imperador romano pretende negociar a paz com os inimigos persas que cercam a cidade de Anatólia. Espero que seja uma história parecida com Game of Thrones. Que misture uma época história com criaturas mitológicas e acontecimentos épicos.


     O último livro que consegui no concurso foi A Cidade das Mentiras, de R. J. Ellory. Um thriller acerca de um escritor e repórter que cresceu em Nova Iorque com a tia e mudou-se para Miami assim que pode. A ação começa a desenrolar-se a partir do momento que descobre que o pai, que julgava morto, está em estado crítico num hospital nova iorquino e que é também um homem importante no submundo da cidade. Espero que seja um livro envolvente e descreva a ação de forma emocionante.


     Estes dois livros foram um achado!! Foi a loucura total e posso dizer que foi um dia maravilhoso quando se cruzaram no meu caminho. :) São claro O Hobbit  e O Regresso do Rei da saga Senhor dos Anéis, ambos de J. R. R. Tolkien. E são um achado porquê? Porque custaram os dois um total de 7€ na Cashconverters e eu gostava muito de agradecer à pessoa que os foi lá vender, uma vez que os andava a namorar, mas por causa do preço nunca comprei. Falta-me agora os dois primeiros da trilogia. Acho que estes livros dispensam apresentações...

 

 E este foi o nosso primeiro Book Haul! Esperemos que tenham gostado e que estejam a gostar do nosso blog. Ainda estamos a começar mas esperamos vir a crescer ;)


domingo, 13 de abril de 2014

Análise: The fault in our stars | A culpa é das estrelas

          Em Indianápolis, vive uma rapariga de 16 anos, chamada Hazel Grace Lancaster. Hazel sofre de cancro nos pulmões, por isso tem de utilizar um tanque de oxigénio, que leva para todo o lado, para a ajudar a respirar. Depois de a sua mãe a convencer a ir às sessões de um grupo de apoio a jovens com doenças terminais, Hazel conhece lá Augustus Waters, conhecido como Gus, e Isaac. Gus sofre de Osteossarcoma e usa uma protese a substituir a perna que já perdeu por causa da doença. Isaac tem cancro nos olhos. Já não tem um olho por isso e está prestes a perder o outro. Hazel desperta a atenção de Gus, e estes começam a aproximar-se com o convite dele para verem um filme juntos. 


          A medida que a confiança aumenta entre eles, Hazel aconselha-o a ler o livro An imperial affliction, de Peter Van Houten. Contudo, tanto ela como Gus acharam o final do livro muito incompleto (quase nem houve final). Decepcionados, ambos entram em contacto com o autor e a sua assistente, residentes em Amesterdão. Estes dizem-lhes que não podem revelar o futuro daquelas personagens por e-mail, pois eles podiam ir publicá-lo na internet. A única forma de descobrir o verdadeiro final do livro seria viajar para Amesterdão. Uma instituição que realiza sonhos a jovens com doenças crónicas concede a Gus o sonho de ir a Amesterdão com Hazel. 

          Gradualmente, eles apaixonam-se um pelo outro, aprendem um com o outro e vivem com intensidade uma vida, que pode ser curta, mas que vale a pena ser vivida, para que possam deixar a sua marca e nunca ser esquecidos.


          TFIOS (A culpa é das estrelas) é um livro que, apesar de ser ficcional, é bastante real, pois retrata o amor na juventude, a situação das doenças terminais e a importância de aproveitar a vida ao máximo.

           Este não é o meu estilo de livros. Na verdade, acho que nunca tinha lido nada do género. Foi a minha primeira experiência com uma história tão realista e romântica. Muita gente ficou fanática por este livro, e foi por isso que resolvi experimentar. Eu não achei que o livro fosse assim tão impressionante. É comovente e bonito, é verdade, mas não é mais que isso, na minha opinião. É uma história simples e realista, boa para uma leitura leve. Não estou a dizer que não gostei, pelo contrário, estou só a afirmar que não achei o livro tão especial assim. Devo admitir, todavia, que gostei bastante dos desabafos, pensamentos e lemas de vida de Hazel e Gus, pois achei-os muito inspiradores e, estes sim, foram marcantes. 



          Apesar de não o ter achado o livro do ano, é deste livro que eu tiro uma das minhas personagens favoritas de todos os livros que li na vida. Essa personagem é Augustus Waters. Gostei dele porque foi, a meu ver, a personagem mais encantadora no livro (até mais que Hazel). Inspirou-me toda a maneira de ver o mundo e a filosofia de vida dele.

          Identifico-me bastante com ele pois, tal como ele, acredito que cada um de nós deve aproveitar a vida e deixar a nossa marca no mundo, para que evitemos os esquecimento trazido pela morte. Afinal de contas, para quê viver num mundo tão vasto, cheio de coisas tão diversas, sem o explorar, sem o conhecer e sem fazer algo de novo nele? Viver num mundo assim sem se ser conhecido é, para mim, um pouco triste. É como se o mundo perdesse sem saber que perdeu. 



          Achei muito interessante a forma como Gus utilizava os cigarros: este pegava neles, punha-os nos lábios, mas não os acendia. Para ele, o acto que nos faz mal à saúde não é fumar, mas sim acender o cigarro, pois estamos a dar autorização para que um objeto destrua o nosso organismo.
          Outro especto que achei fantástico em Gus é o facto de ele dizer aquilo que sente no momento preciso, de não ter vergonha de expressar as suas emoções. Ele por vezes chega a ser descarado, mas num sentido sempre hilariante, nunca passando dos limites. Isto só revela a ideologia de vida dele: aproveitar a vida e evitar o esquecimento. É por isso que, quando ele está a jantar com Hazel, não tem quaisquer problemas em dizer-lhe que está apaixonado por ela. Ele diz o que sente hoje, porque não sabe se amanhã estará cá para o dizer.



          Quanto a Hazel, achei-a uma rapariga um tanto deprimida e pacata (o que se compreende, dada a sua situação). Contudo, não gostei tanto dela como do Gus. Acho que ela dizia o que lhe ia na alma sem pensar nas consequências, acabando por magoar as pessoas à sua volta, que só lhe queriam bem. Por várias vezes ela exagerou no que disse aos pais, chegando mesmo a ofendê-los (de uma certa forma).
          Este é um especto em que ela e Gus eram opostos: ele era, por vezes, descarando, mas nunca ofendia ninguém, era sempre cómico. Hazel era muito temperamental, não pensando andes de dizer.
          Contudo, há algo que Hazel dizia e que tenho de concordar. Enquanto que Gus receava o esquecimento depois da morte, Hazel defendia que o esquecimento, não só é inevitável, como também poderá ser útil, pois quanto menos gente ela conhecer, menos gente ela magoa quando morrer. Não me identifico com esta última parte, mas tenho de concordar quando ela diz que é inevitável sermos esquecidos após a morte. Por mais que concorde com Gus e por mais que ache isso triste, é frequente vermos esquecida a existência de muita gente que morre. 



          Devo dizer que o final, apesar de comovente, deixou muito a desejar. Gostava de saber como foi a vida de Hazel depois do livro ter terminado, quanto tempo ela teve de vida, com que idade morreu, como é que os pais seguiram em frente, se tiveram mais filhos, se Isaac voltou a ser feliz com uma nova namorada. Até mesmo o final de An imperial affliction não foi bem definido. Não se chegou a saber exactamente o que aconteceu às personagens, o que achei mal, visto que esse era um dos desejos de Hazel e um dos objectivos do livro. Talvez o John Green desejasse que o TFIOS fosse semelhante a AIA, dado que um final aberto pode dar muito que falar.

          Apesar de tudo, esta foi uma boa leitura. Não foi fantástica e marcante, mas foi memorável e inspiradora. No Verão, estreará a adaptação ao cinema deste livro, realizado por Josh Boone e com Shailene Woodley (Hazel Grace) e Ansel Elgort (Augustus Waters) nos papéis principais.